segunda-feira, 6 de abril de 2015

Voltar ao Ponto de Partida

Tenho saudades de brincar com os meus irmãos no quintal da casa, de jogar ao berlinde e ao pião, de subir às árvores para ver os ninhos, de correr atrás da nossa "Gaivota", do som das gargalhadas e de uma escola cheia de sonhos, dos dias na barragem e dos banhos no canal, das tardes na ribeira e de apanhar peixinhos com o camaroeiro, da voz da minha mãe quando nos chamava pela janela, do cheiro a sabão azul e branco da roupa estendida ao sol e a pão acabadinho de fazer, da casa dos avós, da lareira e das muitas histórias que ouvi vezes sem fim, de pular as fogueiras, e do cheiro a alecrim, de trazer flores do campo e encher a jarra da casa na aldeia... Tenho saudades da inocência da criança que fui, desta parte tão boa de mim, desta felicidade simples  e da terra que me viu nascer. Sim, sinto saudade, uma imensa e dolorosa saudade. Volto, volto sempre mas este buraco no peito continua aberto. A cada regresso trago sempre os olhos mais brilhantes mas o coração mais aconchegado! É um amor que não acaba nunca!
 

Tantas e tantas vezes que subi e desci esta rua de mão dada com a minha mãe, hoje, fi-lo de mão dada com o meu filho!

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