terça-feira, 18 de outubro de 2016

Viva as mães ao "contrário"

Quando nasce o bebé, as mães são bombardeadas com mil conselhos de como cuidar e "educar" aquele pequeno ser. Mães, tias, avós, sogras, amigas... mesmo que tenham a melhor das intenções, a verdade é que por vezes quase nos levam à loucura! Não lhe dês colo, estás a habituá-lo mal, não baloices o berço, não lhe dês de mamar sempre que ele chora ou quer, o peito não é uma chucha, não o habitues a dormir na tua cama, deixa-o chorar, ele logo se cala... enfim!
Eu fiz tudo ao contrário!
Dei colo, muito colo e, ainda hoje, gosto de o pegar ao colo e de ficar a ouvi-lo contar como foi o dia, o que fez e as histórias que ouviu, dei mama praticamente em exclusivo até ao 1.º ano e continuei a dar até o pequenino deixar de querer, adormeci-o todas as noites, algumas vezes no meu colo, outras na nossa cama e, ainda hoje, muitas vezes acorda e vem aninhar-se no meio de nós, a cama dos pais tem magia! Continuo a ficar com ele até adormecer, aqueles 30 minutos (às vezes mais) em que lhe leio a história, aconchego os lençóis, lhe dou um beijo de boa noite, repito mais uma vez o quanto o amo e recebo a mesma declaração de amor, fico a olhar para ele e a fazer-lhe festinhas no cabelo até adormecer são momentos só nossos. Não interessa se há loiça para lavar, roupa para passar, almoço para fazer, aulas para preparar ou testes para corrigir... Nem sempre é fácil! Há dias menos bons, dias de cansaço extremo, dias que nos tiram do sério mas o tempo passa muito rápido e eles só são crianças uma vez!
Que bebé é que não gosta do colo da mãe, se foi ali, junto a ela, a ouvir o seu coração, a sua voz, que cresceu, foi junto a ela que o colocaram assim que nasceu, é o seu cheiro que conhece desde sempre e o peito o primeiro aconchego e alimento. Para eles, os pais são aqueles que lhe dão conforto, segurança, amor, tudo... que bebé gosta de ficar sozinho, dormir numa cama de grades ou ficar preso num parque quando há um mundo inteiro novo por descobrir.
É isto... a todos os que me disseram para não dar colo, para não o deixar dormir na minha cama, para lhe comprar um parque ou o colocar em frente à televisão para poder ter mais tempo, para não o deixar andar descalço, para lhe começar a dar sopa aos 4 meses quando tinha tanto leite para lhe dar, para o deixar chorar até que aprendesse que aquelas eram as regras, para não o mimar que o estava a habituar mal... eu digo: o amor nunca é demais... o tempo passa rápido demais... eles crescem e nós vamos ter saudades da altura em que eram só nossos, de os ter junto a nós, de lhe dar colo, de dormir juntinhos, de brincar no chão... de serem bebés, crianças... porque é isso que eles são, não soldados em recruta. Aproveitem e esqueçam tudo o que vos dizem... afinal as mães somos nós e também temos o direito de errar!!!
Viva as mães ao contrário!



quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Em Setembro

O Alentejo, que é sempre sinónimo de amor, sorrisos rasgados, abraços apertados e saudades… os primeiros raios de sol que entram pelas frestas da janela e o Kiko (o nosso canário) que nos acorda todas as manhãs, as tardes quentes no fresco da casa, no aconchego dos avós, as cartas (em que és sempre tu que ganhas), o amigo de quatro patas, as histórias, as conversas e as 1001 perguntas e porquês??? o som da máquina de costura, o céu estrelado, o silêncio… Os últimos dias de férias a três, as praias de que gostamos, o mar das Caraíbas… os dias compridos que começam e terminam na praia… Novas descobertas, um menino mais crescido em tamanho e responsabilidades!
Depois veio o regresso às rotinas, ao trabalho e à escola. A música, a ginástica, o inglês e a natação… o tempo (ou a falta dele para conseguir gerir tudo)… e ainda não terminámos a tela que começámos juntos!